quarta-feira, 29 de julho de 2009

O sol e o amor













Entendi que não era amor. E quão libertador foi este entendimento. Que me desculpe meu "possível quase amor" do passado. Mas nada ainda foi amor de fato. Não no conceito de amor que tudo sofre, crê, espera e suporta. Nem por isso deixou de ser verdadeiro no espaço de tempo em que existiu em mim, mas não foi amor. Talvez tenha sido uma tentativa, uma intenção; talvez com a entrega e a transparência necessárias, indispensáveis pra tal... mas ainda assim não foi amor. Talvez tenha sido paixão, chuva rápida de verão, que desce, molha a terra, contribui para o seu desenvolvimento, mas logo é apagada, substituída pelo calor do dia.
Não foi amor, não teve cumplicidade, parceria, buscou seus próprios interesses. Não fez brilhar o meu olhar e nem criou raízes profundas e fortes o suficiente para resistir às inevitáveis tempestades. Não foi amor. Não me deu a sombra, a brisa e o silêncio que eu precisava para recostar-me e descansar à beira do caminho. Pereceu. Passou. Não era amor.

O amor é como o sol. Ele é o grande astro que governa o dia, mas quase ninguém para para notá-lo, observá-lo e falar sobre ele. O sol, assim como o amor, surge sem que façamos qualquer tipo de esforço para isso. E aquece o dia, determina seu clima, muda humores, provoca sorrisos, prazeres, delimita recomeços... e recolhe-se, discretamente, sem que isso signifique que desapareceu, ou que acabou. Só está retirando-se, proporcionando o tempo, o espaço necessário para que tudo descanse, até mesmo o dia. O amor, assim como o sol, cumpre seu papel despretensiosamente... só quer iluminar, acender o dia, ou o olhar, no caso do amor. Ele, tanto o sol quanto o amor, está ali, independente das nuvens, ou lágrimas, que tentem cubri-lo; continua a existir ainda que a terra dê voltas e o tempo passe. Resisti a períodos prolongados de chuva, ou de espera... e volta, ressurge - embora de fato nunca tenha ido - mais brilhante, mais intenso do que outrora parecera.
O amor, e o sol também, existem desde sempre e se mostram no tempo certo. Não há o que se possa fazer para antecipá-los ou impedí-los. É o curso natural, divino, de todas as coisas. O sol, tal qual o amor, foi criado pelo Maravilhoso Criador... e é Ele quem determinará, a cada amanhecer, o minuto exato, perfeito para que brilhe o seu primeiro raio.

Renata.

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